O amor perfectivo que os seres humanos buscam não valerá, por
si só, a qualidade com que o sonham ― a de que aperfeiçoa. Pode ajudar,
mas ainda só ajudará se for encarado como uma coisa imanente no homem, e
não como uma ilusória espera, mais uma vez sobrenatural, de que vem ―
qual asseidade ― salvar. O amor de nada servirá se não tiver, a priori, a sua origem no Eu. Como tudo na Natureza. Sem a destreza do Eu a organizar conscientemente o seu
lugar no mundo, de nada nos valerá o que quer que seja. Se
continuarmos a depositar as nossas ideias das coisas em
projecções, nos outros ou num além qualquer, nunca nos poderemos ser,
nunca nos poderemos valer, quando somos nós apenas quem o poderá.
Todo o desejo de, toda a vontade salvífica começa e acaba em nós. De resto, há só a espera desinteligente. Não há outro móbil perfectivo senão o próprio sujeito.
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