O desejo de amor nasce de dois problemas do ego: a falta
de auto-estima, por um lado, e o sentimento de fragilidade por outro. A
falta de auto-estima pode bem dever-se, num plano mais leve, aqui, não
necessariamente traumático, ao mau aproveitamento que damos à nossa
pessoa enquanto potencialidade, dirigindo, ao invés, todo o
reconhecimento, de forma imérita, para o outro (adulação), enquanto
descuramos o sentido de dever pessoal, isto é, para com o indivíduo que
somos. O sentimento de fragilidade, por sua vez, deve-se, sem dúvida, à
consciência ou simples intuição que temos da nossa pequenez face à
Existência imane que nos circunda.
A urgência desse amor ― ser amado e amar ― não é senão, a maior parte das vezes, o reflexo da desacreditação do ser por si mesmo, de uma falta de auto-investimento, quando só nos acreditando pessoalmente poderemos amar melhor e melhor sermos amados. Não poderia amar ninguém cujo atributo fosse tão-só o querer ser amado. É bem mais saudável amar uma pessoa que fundamentadamente se estime por si só.
A urgência desse amor ― ser amado e amar ― não é senão, a maior parte das vezes, o reflexo da desacreditação do ser por si mesmo, de uma falta de auto-investimento, quando só nos acreditando pessoalmente poderemos amar melhor e melhor sermos amados. Não poderia amar ninguém cujo atributo fosse tão-só o querer ser amado. É bem mais saudável amar uma pessoa que fundamentadamente se estime por si só.
Quanto ao sentimento de fragilidade pela nossa pequenez ressentido, há uma só palavra: aceitá-lo. A Existência é e nós somos. Ponto.
Concluo
assim que o amor pode ser um instrumento útil, verdadeiro, se tido
neste equilíbrio. O que raramente acontece. Normalmente, há uma
necessidade captativa pelo outro. Mas ninguém vem salvar ninguém. Salva-te a ti próprio.
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